quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Homeless

Vi, num filme, humanos a flambar.

No fogo dos jornais, as mãos a arder;

pobres ratos no tempo, sem um bar,

lambendo a vidraça, e a gemer.


Na pira dessas vidas corta o gelo,

no corpo dessas almas um ferrolho,

não há sobra de pão ou qualquer zelo;

há neve a cair, um largo antolho.


A cidade degusta a ceia santa,

é servido o repasto com uísque,

harpas e violino, corais encantam.


Pobres figuras ocas e de toucas,

renas, rendas de estrelas, luz e almíscar:

Nova Iorque no céu, no chão, é louca...

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