quinta-feira, 25 de junho de 2020

COMO FAZER A BARBA


COMO FAZER A BARBA DA MELHOR FORMA 


Para um barbear correto e fluido são necessárias algumas escolhas. A começar pelo dia, que pode ser a sexta ou a segunda-feira. Mas que haja sol, na hora matinal, e a luz de um pássaro ao fundo, de canto livre e feliz. Este é o primeiro passo, é a moldura perfeita.  Escolha-se, ato seguinte, aparelho de barbear ideal, de pelo menos duas lâminas, e creme mentolado.  Para tal empresa, convém que essas escolhas sejam criteriosas, evitando assim oposição cerrada dos pelos do rosto. Nessas horas, costuma-se comparar o  rosto de ontem com o de hojetodavia  não pense em argumentar com o tempo e seus lentos (ou rápidos) afazeres. O que conta é o agora, hora de barbear do canto da manhã. A tarefa de barbear pode ser a mais simples e a mais amigável do dia. Faça dela e por ela uma longa jornada dia afora. 

 QUAL É O DIA CERTO PARA BARBEAR? 

Há os que escolhem a sexta-feira, visando a um fim de semana especial em que  precisem estar bem apessoados, com o rosto jovial e macio. Neste caso,  indica-se o entardecer ainda com luz da sexta-feira, é o momento ideal. Supõe-se que haverá para a noite um passeio, um encontro, um jantar ou algo mais.  Há, de outra perspectiva, os que escolhem a segunda-feira de manhã, luz clara e canto de pássaro ao fundo; esses provavelmente partirão para o trabalho ou para um encontro ou entrevista profissional. Aqui os fins a que se volta o barbear adquirem outra importância. É preciso estar impecável e dar mostras de seriedade profissional e pessoal. Isso pode resultar  em um bom emprego ou em uma entrevista bem sucedida. A aparência e o cuidado com o rosto, sua imagem,  nesses momentos, podem ser requisitos decisivos. 

COMO SE FAZ UM BARBEAR CORRETO? 

Como todo ritual da vida cotidiana, o ato de barbear exige técnicas e virtudes naturais.  De posse dos instrumentos para a prática, sove bem o creme de barbear e esparrame-o sobre a barba. Faça-o ficar bem espumante e leve,  para deixar  a barba toda camuflada  para o depilamento Inicie o primeiro momento Comece com paciência e carinho Escolha um lado da face e deslize o aparelho, no sentido de cima para baixo bem suavemente até a área do pescoço; limpe as lâminas, volte à faixa próxima e  repita a ação, até terminar esse lado. Examine  bem esse lado da face e comece o outro lado; repita o procedimento, cuidando para que ambos os lados fiquem bem iguais Passe em seguida ao ato de escanhoar,  que é  aquele movimento inverso ao anterior, de baixo para cima; ele apura a qualidade do primeiro momento. É importante, advirta-se, evitar a pressa e gestos bruscos para não se ferir.  Mas às vezes acontece; não se preocupe, existe o gel pós-barba para isso mesmo, com ele a sua pele estará esterilizada e protegida.  

O ATO FINAL DO BARBEAR  

Chega-se então ao fim da prática Barba feita, rosto novo. Contempla-se nessa hora, vaidoso, o rosto nu e limpo, alisando-o com carinhoRessurgem a primavera e a juventude, perdidas que estavam em meio a barbaPasse para finalizar, bem delicadamente, ainda se examinando,  uma camada fina de gel pós-barba; seu típico perfume restará por muitas horas.  Hora de despedir-se, um adeus àquele novo ser ao espelho, e até a próxima semana. 



AS PEDRAS VIVEM


AS PEDRAS VIVEM

Pedras sonham plumas:
seu jeito de sonhar.
Não dizem que amam:
seu jeito de amar.

Como as pedras sonham!
Como as pedras amam!

Amam a lua e o sol,
o vento e o silêncio.
Gritam no deserto:
mais que pedra Eu Sou.

N’águas as pedras dormem:
no meio de espumas
são das nuvens irmãs.




terça-feira, 2 de junho de 2020

COROADO VÍRUS


   COROADO VÍRUS

O Amor, neste tempo
de pandemia, assume
seu plantão, usa máscara,
e vive de esperanças.

Na terra desolada,
olhos cegos nas casas
vivem sem teto ou chão.
De mil janelas voam
bilhetes eletrônicos  
curtindo o tédio e o medo.

Nas portas veem-se tarjas,
sinal de um x nas testas.
Ao léu, corpos levitam
levados por formigas.
Na balança invisível
ninguém está pesando.

Não há cova nem cruz,
há ronda vã de aves
e o ruminar dos vermes.
Para quem vão as lágrimas
que as retinas merejam?

Uns noventa nanômetros
mede esse rei micróbio.
Tem coroa, e seu reino
cresce e se multiplica
na carne orgulhosa.

Orem ao Deus azul
que anda de sandálias
na vasta terra nossa.
Velem corpos de pó
que rezaram e morreram.