terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Borboletas transeuntes


As borboletas transando
no divã azul de maio
são duas pétalas sem ramos,
são folhas novas que caem.

Tontas do fardo da carne,
tapam com mel o pesar
de viver, e com escárnio,
vão à morte, sem voltar.

Duram vinte e quatro horas,
bêbadas de eternidade;
filtradas de luz vão embora
levadas na tenra idade.

São crianças já adultas:
recebem o voo da vida
e, nesse mesmo indulto,
as horas de despedida.

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