Levei meu cérebro a passear
na orla do mar, pela vaga noite.
Ouro, ar, mar, cesto de ostras e estrelas.
Um cão ao lado brincava num sonho,
com as mãos do mar e da lua nos pelos,
era afagado pelas luzes náufragas.
Levei meu cérebro pra ver o mar
e ser ungido pelo puro sal.
Fiquei quase tonto de mar e ilha
e, emudecido ante o horizonte vago,
orei por um abrigo mais estrito.
Bruxuleante farol mergulhava,
algas deixavam bilhetes pra mim.
vidas no convés, Ulisses atado.
(Cativos do horizonte, marinheiros
em meio a ninho de circes turistas,
deslembravam de noivas e baleias.)
O cérebro meditava senil,
a vida gaivota se perdia...
Desatinado de pensar jornadas,
era minha mente sede em meio ao sal.
Enclausurado em silêncio escuro:
orei ao céu e escrevi na areia.
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