Abro a porta e na fímbria da manhã,
a falsear o passo, um homem coxo.
Traz preso na gaiola um canário
(duas vidas balançando a dor cativa).
Claudicante ele avança a passo torto,
sobre manchas de sol buscam chegar,
folhas caíndo cobrem-lhes as pegadas.
Manhã transfigurada e transparente,
os seres se afastando me algemam.
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