Vi a Vida sair por chaminés,
amor se dissipando, tendo fim,
amor que já filtrou o seu café,
vida sem vida, rosa de nanquim.
Mas estranha, estranha é a nossa fé,
que acende outro carvão e rega a vinha;
vem com toda audácia jovens pés,
e entoa o velho canto quem caminha.
Se tudo sempre acaba em penúria,
nas folhas secas, ocres, um augúrio,
vem sorridente a larva em nova ova:
cresce o casulo, broto na ferida,
viceja o canto e o pranto, e margaridas
incontidas tremulam folhas novas!
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