à Marcel Proust, vidente e sábio
são estrelas ciganas pela noite.
No leito insone dormem a Lua e o Eu.
Albertine sumiu, fugiu do açoite.
A rapariga em flor desfez o jugo
e como gata em cio se lambe salva.
Oculta em Paris, sem o verdugo,
emana certo odor de rosa e malva.
Proust, vidente, vê além dos muros,
com fome vê a caça na parede,
e a novela que cria nesse escuro
tem como ator a alma dele em rede.
Na caça de Albertine na memória,
no nascer e morrer de uns instantes,
refaz nesse caminho a própria história,
até enlaçar no berço a mãe amante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário